Eugénio Laborinho, Ministro angolano do Interior, disse, nesta sexta-feira, 14 de Janeiro, no programa Especial Informação, da TPA, que as forças da Polícia Nacional tiveram uma postura digna de reconhecimento e com elevado sentido republicano, durante os actos de puro vandalismo, arruaça e violência contra pessoas e bens durante uma aludida paralisação de alguns taxistas, que teve lugar na zona do Benfica, em Luanda, no dia 10/01/2022.
Segundo a Entidade "Quanto a actuação das forças policiais, gostaria, perante as vossas câmaras, felicita-las pela forma como fizeram a gestão daquele incidente, porque se tivessem reagido de forma coerciva, o evento terminaria com uma tragédia", disse, Eugénio Laborinho.
Acompanhado pelo Comissário Geral, Paulo Gaspar de Almeida, Comandante-Geral da Polícia Nacional, bem como pelo Comissário chefe, Arnaldo Carlos, Director Geral do Serviço de Investigação Criminal, o Ministro Laborinho disse que houve uma atitude de bastante ponderação por parte das forças policiais, "Houve muita contenção, prudência e inteligência por parte da Polícia Nacional, de forma a evitar um mal maior. Louvamos a ponderação, a contenção e o respeito pela dignidade humana por parte das forças", disse o Dirigente, o que veio demonstrar que, na verdade, o país tem uma Polícia Republicana, que não olha pela tipologia de pertença das pessoas, senão pela vida dos cidadãos".
Durante a entrevista conduzida pelo jornalista, Paulo Duda, em que os dois acompanhantes falaram, igualmente, sobre o sucedido, Eugénio Laborinho aproveitou a ocasião para apresentar os números estatísticos relativos a detenções, condenações, absolvições, processos instruídos e por instruir, todos ligados aos actos de vandalismo protagonizados por cidadãos, a pretexto da greve dos taxistas.
Segundo o Governante "Do nosso registo, foram identificados e detidos, até agora, 102 cidadãos suspeitos da prática dos actos de arruaça e vandalismo que se registaram, cujos processos estão a ser instruídos, para que sejam responsabilizados pela lesão de vários bens jurídicos, desde a tentativa de homicídio, coação, instigação pública ao crime e à rebelião, atentado contra a segurança dos transportes, dano com violência, ofensa à integridade física, furto, associação criminosa, desobediência, entre outros", resstou o dirigente".
Disse ainda que, "dos 102 suspeitos detidos, dos quais 96 por motim, 05 por danos com violência e 01 furto qualificado, já foram formalizadas 79 detenções, que seguiram as diversas formas de processo, sendo 41 processos sumários, 14 processos comuns e 24 aguardam pelo despacho do Ministério Público"
Continuou referindo "que os 41 detidos, cujos processos foram encaminhados aos tribunais de Comarca de Luanda e Viana para julgamento sumário, resultaram em 08 condenados, com penas de 3 meses de prisão efectiva, 19 absolvidos por insuficiência de prova e 11 detidos, cujos processos tramitaram para a forma comum, estando em fase de instrução preparatória, atendendo que alguns dos crimes cometidos por aqueles cidadãos não podem ser julgados em processo sumário, por terem uma moldura penal superior a 3 anos".
Entretanto, sublinhou que, "poder-se-á dar o caso do número de detidos pode aumentar, visto que as investigações seguem o seu curso normal, para que todos aqueles que forem identificados como autores morais, tais como os instigadores e os que incitaram às práticas de distúrbios, rebelião, vandalismo e motim, sejam igualmente alvos de instauração de processos crimes contra eles", concluiu.